quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

VI

Por ansiar muito o futuro, Julia sentia-se decepcionada. Resolveu então dar uma vasculhada em seu passado.
Releu textos seus, antigos. E dos mais diversos.
Então sentiu a mudança.
O progresso.
O avanço.
E sentiu a essência.
Viu-se em cada texto. E enxergou-se da mesma forma que é hoje.
Tudo muda, mas a essência permanece.
Suas crises ainda acontecem. E são sempre fruto das transições, das fases. O que mudou é a forma como Julia as encara agora.
Ainda há insegurança, mas sente-se bem mais madura.
A estrutura de seus textos oscila com as fases. Ela agora sente saber usar as palavras.
Mas muitas coisas continuam: a escasses de títulos, a pontuação alternativa, e a insatisfação com inícios e términos de textos. Acontece que até nesses ela via-se mais madura.
Suas experiências lhe mudaram.
Lhe aprimoraram.
Seu convívio com aquele garoto tem lhe acrescentado muito, tornando-a uma pessoa melhor. E em todos os sentidos que a palavra melhor possa ter.

Agora, Julia enxerga o presente com mais gosto. Com mais prazer.
Olhando "de lá pra cá" ela percebeu a evolução. E o futuro é só questão de continuar caminhando...

[...]

Um comentário:

Psicóloga Tamires Damasio disse...

Quando leio o que escrevi às vezes nem me reconheço. Mas se eu olhar direito, está lá um pedaço de mim. Gosto de estar mudando, mas tem horas que sinto falta de quem eu era e nem sei a razão disso.
Evolui, e isso é fato. Mas sei que tenho mais ainda pela frente.

Você conseguiu expressar muito do que eu sinto nesse texto. Essa Júlia é um pouco parecida comigo.