segunda-feira, 14 de julho de 2008

Nesses dias tenho pensado muito na morte. E para isso nem foi preciso a morte de alguém próximo.
Até hoje, ninguém por quem eu tivesse apego e uma forte relação morreu. Mas esse assunto sempre foi muito delicado para mim.
Eu tenho medo da morte.
Mas não medo da minha morte. Tenho medo de que morram pessoas que amo, pessoas próximas, importantes para mim. Tenho medo de não agüentar o sofrimento. Medo de sofrer demais.
E ao analisar por esse lado, me vejo como uma egoísta, ou qualquer outra palavra que defina alguém que só pensa em si mesmo. A questão é que me pego preocupando-me não com a morte das pessoas, não com o fato de suas vidas acabarem, mas sim com o meu sofrimento.
Tenho um medo imenso de não saber sofrer.
Não sei se posso dizer que já sofri. Já chorei, já fiquei triste, já passei semanas (e até meses) pensando, relembrando coisas que não voltam mais, sentindo uma forte angústia, e um sentimento difícil de explicar mas muito parecido com um desespero. Mas não posso dizer com certeza que já sofri.
O sofrimento ao meu redor é muito maior do que qualquer coisa que eu já senti.
Pessoas sofrem em silêncio. Outras estampam no rosto a dor que sentem.
E há outros que não sabem que sofrem. Crianças que passam por situações que muita ‘gente grande’ não agüentaria. Crianças que vêem suas vidas passarem de uma forma difícil e diferente do que deveria ser.
Mas elas não sabem! Elas sentem que tem alguma coisa errada, elas sentem medo, e procuram esconder-se onde encontram aquele tão precioso ‘porto-seguro’. Elas procuram uma forma de fugir daquele sofrimento. Elas fogem, e sem nem saber exatamente o que as preocupa.
E ao analisar por esse lado, percebo que não há egoísmo em mim.
Ao mesmo tempo em que me preocupo com meu sofrimento, preocupo-me com o sofrimento das pessoas ao meu redor.
E me revolto!
Revolto-me pelas atitudes das pessoas que põem em risco essas vidas que não devem conhecer o sofrimento. Revolto-me mais ainda por não poder mudar essa realidade e por me encontrar aqui, escrevendo sobre minha revolta, meu desespero e meu medo de ver essas crianças sofrerem; enquanto a vida continua lá fora.
E são nesses momentos de revolta que volto a pensar na morte. E mesmo esse sentimento sendo totalmente ‘domau’, nesses momentos chego a desejar a morte. Não a minha morte, mas a morte daqueles que abusam desta vida. A morte daqueles que nos deixam agoniados e buscando uma explicação onde ela não existe.
A morte.
A morte que não chega, que não creio que chegue tão logo, e que não me arrisco a desejá-la conscientemente.


“Enquanto todo mundo espera a cura do mal, e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência...”



[ Foi um desabafo. Se ele não acontecesse, eu seria a próxima a enlouquecer. ]

sábado, 5 de julho de 2008

Se um dia nois se gostasse...

É incrível como as coisas acontecem, e o simples fato de sair de férias ou ganhar coisas já muda muita coisa.
Saí de férias há uma semana e parece que já nao sou a mesma. E ah, que droga!, isso acontece com muita frequência.
Hoje me abalei de novo. E dessa vez foi por algo bom.
Ééé..tá tudo mudando. E agora eu adoro isso.
A vida é mais do que eu conhecia, mas não mais do que eu imaginava. Mas repito: agora eu adoro isso.
Tô conhecendo o gostinho das pequenas coisas, e as mais gostosas. E caralho!, isso é bom demais!
É saboroso aquele gosto de algo desconhecido, e a descoberta [ ou nesse caso o despertar ] de outros sentimentos.

Eu tenho muitas coisas pra escrever. Mas net de madrugada é foda, e daqui a pouco a mãe acorda mandando desligar. ¬¬