sexta-feira, 9 de abril de 2010

- ' Parando pra pensar, a vida é mesmo curiosa.
Toma rumos que desconhecemos e nos apresenta coisas, pessoas e situações que ontem não acreditaríamos.
O que antes não existia, hoje brota devagar e intensamente.
O que parecia tão real, hoje desmancha-se. Aos poucos se vai, esfarelando.
Incrível como meus textos adoram falar sobre mudanças. É, a única coisa pernamente na vida.
Incrível como me perco por entre as letras.
Incrível como me perco por entre as vidas.
Incrível.
As vidas.
Quero vidas de volta, quero mandar vidas para longe de mim.
Quero apagar meu passado. Ou parte dele. E às vezes também tenho vontade de sumir com o seu.
Tenho medo do que já foi. Medo que ainda seja.
Tenho inseguranças.
Às vezes, ao caminhar, pareço não controlar minhas pernas. Sinto-as estranhas, como se não encaixassem direito.
Sinto as palavras saírem erradas. Tortas, brutas. Altas.
Tenho medo dos beijos não serem suficientes e dos toques afastarem. Medo dos lábios não conquistarem.
Tenho medo de entorpercer-me com teu cheiro. Já não quero ilusões. Há de bastar-me a realidade.
Hoje permaneço com os pés no chão. Pelo menos um deles sempre. Mas minhas asas continuam lá no céu.
Flutuam meus pensamentos e sentimentos. Intercalam-se com as estrelas. Intensificam-se com a luz da Lua, ou ficam cegas por ela.
Já me perdi nas palavras. Essas letras que saem tortas e feias, esse frio que enrijece meus braços.
Mas esse movimento todo em minha cabeça. Esquenta e faz doer.
Quando comecei a escrever este momento reclamava internamente por estar sozinha.
Agora, ao terminar, as vozes me irritam.
Quero silêncio. Teu colo e teu corpo debaixo do edredom.