quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

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Final de ano me dá vontade de escrever, meio que uma necessidade.
Trocar o 8 pelo 9 não me é tão simples, as mudanças acontecem, mesmo que de leve.
Já pensei que minha obsessão fosse por essas tais mudanças que sempre me acontecem, mas hoje acho que não. Mais provavelmente minha obsessão seja a nostalgia daquilo que passa e o medo daquilo que chega.
E isso é algo que resolvi mudar. É a minha promessa para o novo ano que chega. O consultor de nãoseioque falou na televisão que as promessas feitas nessa época devem ser poucas, acessíveis, e que todas devem ser escritas, evitando a falha de alguma delas.
Bom, a princípio minhas promessas são poucas, por enquanto só uma (é que aquela tal promessa de emagrecer eu já desisti ¬¬’); é acessível, a questão sou eu, e eu posso me mudar se isso me fizer bem; e já está escrito e será lida por alguns, mesmo que poucos.
Já posso começar meu ano.
Bom, teoricamente, né? Como acontece com muitas pessoas, gosto de fazer uma reflexão quando o fim do ano chega: penso no que passou, no que vai se repetir e nos momentos que nunca mais viverei. Imagino o futuro que vem chegando, tenho idéias, desejos e planos para ele.
Um post comprido, que talvez diminua os poucos que aqui lêem. Mas não faz mal, será escrito e publicado assim mesmo.

2008 foi um ano diferente para mim.
O colégio acabou em 2007, e junto dele os momentos escritos nas salas de aula e as risadas e fofocas durante as aulas de química. E aquela história também acabou.
Ai 2008 começou.
Algumas amizades acabaram, outras se fortaleceram. Amores foram esquecidos, crianças cresceram...
Então a faculdade chegou.
Aqueles rostos conhecidos há anos não eram vistos lá, a euforia durante o intervalo já não acontecia.
E as responsabilidades aumentaram.
Amizades novas surgiram, pessoas que sei que levarei para sempre.
Conhecimentos novos somaram-se ao pouco que tinha, e a Psicologia passou a me fascinar mais a cada dia.
Aprendizados de diferentes formas aconteceram, amadurecendo-me pouco a pouco.
Comecei a publicar meus textos no blog e fui reforçada logo de cara. Como já era de esperar, esse comportamento aumentou de freqüência.
Fui recebida em um mundo diferente, agitado, cheio de festas, uma liberdade grande (que por vezes até chega a extravasar). Um mundo que também frustra. Frustra quando me deparo com ‘aqueles do poder’ e quando minhas atitudes e palavras parecem insuficientes para alcançá-los. Porém, não me deixei estagnar por eles, tentei subir o mais alto que posso fazendo com que minha voz vos chegue. Mesmo que os meu mais alto ainda seja o mais baixo para os já mais experientes.
Esse mundo me recebeu, aos poucos comecei a aprender a usufruí-lo e a gostar disso, porém, por vezes ainda sentia ser necessário afastar-me e manter o que sou.
Antes achava fácil o convívio social, e gostava demais dele. Hoje, há momentos em que o que preciso é a minha casa. Enxergar a sociedade por um ângulo diferente me fez não suportá-la em alguns momentos.
Com os sentimentos tento me equilibrar. Tento controlar os involuntários e deixar que aconteçam mais vezes aqueles meio acanhados.
Deixar que aconteça.
Essa é a minha maior reflexão.
Saudades eu tenho, e sei que sempre terei. Vivi tantos momentos mágicos em minha vida que sei que as lembranças ficarão para sempre, e carregarão com elas aquela nostalgia gostosa de sentir. Porém, por hora não desejo manter-me descrevendo essas lembranças.
Desejo manter as amizades e fortalecê-las cada vez mais, pois esse ano mais do que nunca descobri o valor destas.
Desejo me manter próxima à minha família. Depois de um tempo meio “distante”, passei esse ano bem próxima deles, e isso me fez um bem enorme!
Desejo sentir o amor. Não sei se de novo, ou se pela primeira vez, mas quero senti-lo e poder vivê-lo.
E a promessa de fim de ano: arriscar-me.
Andar contra o vento, expondo minha face, e arriscando sentir aquela dor de cabeça e os lábios rachados alguns minutos depois.
Molhar-me na chuva, aos perigos dos flashes barulhentos que vêm do céu, arriscando-me a ter uma pneumonia.
Bronzear-me ao sol daquele dia brilhante, arriscando-me, quando a noite chegar, a sentir o ardor de minha pele já vermelha.
Expor-me às pessoas, correndo o risco de conhecê-las. Correndo o risco de enganar-me, de machucar-me, e de gostar dessas pessoas assim mesmo.
Sair por lugares desconhecidos, expondo-me ao novo e ao diferente, arriscando-me a gostar de tudo aquilo que não conheço.
Olhar o mar, que me causa aquele sentimento de nostalgia. E que me dá o impulso que preciso para continuar arriscando-me.
Sentir além do que meus sentidos me proporcionam.
Correr todos os riscos. Os de não ser feliz, e também os de ser.




Feliz Ano Novo!