sexta-feira, 13 de agosto de 2010

[11/08]

Agora tenho vontade de começar uma história, aquela sobre fadas e duendes.
Agora tenho vontade de criar personagens, injetar-lhes personalidade e lhes dar vida.
Agora tenho vontade.
E só.
Fugiu de mim toda aquela criatividade e não me lembro onde guardei minha imaginação.
Acho que se foram junto da inocência.
Junto daquela criança inocente.
E por quê?
Pra quê deixar magia pra trás?!
Pra quê abrir os olhos e enxergar todas as contradições do mundo?!
A mim, bastava aquele mundo colorido, com piscinas de plástico, chão de terra e varal para roupas de bonecas por entre as árvores. Uma minha, e outra do meu irmão.
Ah! o meu irmão!
Hoje meu amigo, e me causa um aperto ver sua cama vazia.
A mim, bastava aquele mundo colorido.

Agora, sinto falta de criar e viajar.
Sim, delicio-me com os prazeres desse mundo, e pinto de cores até onde meus braços alcançam.
Mas não gosto quando meus olhos se assustam.
Hoje tenho apenas fantasias.
Pensar tem me consumido.
Pensar no hoje, e temer o amanhã.
Temer paralelo e simultâneo à desejar, e ambos fortemente.
Pensar.
Jã não sei se enlouqueço por pensar, ou se enlouqueço se não pensar.
Na verdade, de qualquer forma enlouqueço.

Agora tenho saudades de uma história, daquela sobre fadas e duendes...

3 comentários:

Unknown disse...

muito lindo! chorei!!

Psicóloga Tamires Damasio disse...

Vc escreve mto bem, viu bonitinha? Lembrei de um tempo atrás na minha vida...
Queria a vida mais fácil, não queria pensar nas contradições que o mundo tem, no vazio que as pessoas me causavam por sua personalidade humana (achava os humanos inúteis, falsos, egoistas...).
Mas percebi que eu era humana, que eu estava decidindo ver as coisas por esse prisma, então entendi que eu posso criar contos de fadas novamente, mesmo que no começo eu acreditasse que era para me iludir. E se fosse?

D u d e disse...

Há uma certa resistência em crescer dentro de todo mundo...
é a criança interna brigando com a transformação da gente...
muito lindo o modo como vc expôs isso!!!

"O mesmo acontece ao mérito e à inocência: perde-se, desde que deles nos sustentemos."